quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Anda tudo à sombra d' "As 50 sombras"?

Chega amanhã aos cinemas o filme mais aguardado do ano. Estamos em Fevereiro, com sorte pode ser que esta frase volte a ser aplicável daqui a uns meses, em relação a outro filme qualquer.

O livro “As Cinquenta Sombras de Grey” é uma adaptação de um livro com o mesmo título. Não o li. Limitei-me, para já, a ler o resumo das edições Europa América da actualidade, ou seja  a Wikipedia. Pelo que percebo,  a história é bastante simples: virgem apaixona-se por multimilionário que gosta de sadomasoquismo, bondage e afins. Ponto.  

Então… O que é que faz com que as pessoas tenham as expectativas tão elevadas com este filme, não só em Portugal como no Mundo?

Fizeram quilos de reportagens, e cheira-me que amanhã ainda vão fazer mais umas quantas, sobre o filme: as pessoas a irem aos cinemas buscar os bilhetes que reservaram há 3 meses (sim, TRÊS meses), o hotel que tem um quarto alusivo ao filme (no Porto), a empresa que vendeu peças de mobiliário para os cenários (sim, a empresa é portuguesa, sabiam?), etc.

E ao que achei mais piada foram umas senhoras que foram entrevistadas a dizerem: “eu venho ver o filme, mas com umas amigas. O marido fica em casa.” Mas, pergunto eu, é com as amigas que vão para a cama a seguir? Se têm as expectativas tão altas em relação ao filme, e de certezinha que não é por causa da história de amor mas sim pelas eventuais cenas de sexo, por que raio vão vê-lo (o filme, entenda-se) com as amigas?

Parece-me a mim que há em Portugal muita gente sedenta de mais “aventura” na cama. E não tem coragem de assumir ao parceiro. O parceiro, neste caso o marido, devia ser aquela pessoa a quem se diz tudo. O que se quer, o que não se quer, o que se gosta ou não, o que se planeia. O melhor amigo. Mas não.

E pior, é que me parece que há em Portugal muita gente desertinha de mais aventura. Ponto. Aliás, ponto final parágrafo.

Anda toda a gente deserta de se libertar, de rir mais alto, de cantar a plenos pulmões, de abraçar, sei lá, de ser mais natural. Mas não. Andamos todos aqui enfiados com a cabeça no meio das orelhas, porque “ah e tal, isto está mal”, “ah e tal, parece mal”.

Eh pá. Borrifem-se. Anda tudo de trombas e já ninguém sabe porquê. Façam barulho. Gritem. Esperneiem. Mas façam qualquer coisa.


Eu ando a fazer por isso. 

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